quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

RESENHA: PRÁTICA DA LEITURA NA ESCOLA

                                                  
                                                           FABIANA SOARES DOS SANTOS POSCHI

RESENHA: PRÁTICA DA LEITURA NA ESCOLA

GERALDI, João Wanderley. et al. (orgs.). O texto na sala de aula. 2. ed. São Paulo: Ática, 1999
           
            Nesse artigo autor especifica que o ensino da língua portuguesa deveria se deter nas práticas de leitura de texto, produção textual e análise lingüística; tentando perpassar a artificialidade dos limites impostos na sala de aula referente à utilização da linguagem, possibilitando o domínio da língua padrão nas modalidades oral e escrita.
             Geraldi ressalta que a leitura é a interlocução entre leitor e autor sendo mediado pelo texto. O leitor reconstrói o texto com sua leitura, dando a ele um significado a partir de leituras e experiências anteriores. É abordada a questão das possíveis leituras a serem feitas num texto, como “a leitura - busca de informações”, que tem por finalidade retirar do texto uma informação. No entanto essa busca de informações não precisa ser exatamente aquela retirada de jornais, revistas ou livros, mas também de um texto literário, pois através dele, pode-se fazer uma relação de tempo,  ambiente e  de como as pessoas eram  e agiam em outras épocas.
            Também salienta que “a leitura – estudo do texto” é a mais praticada em outras disciplinas do que em Língua Portuguesa, porque tem a pretensão de especificar a tese defendida no texto, os argumentos apresentados em favor da tese defendida, os contra-argumentos levantados em teses contrárias e a coerência entre tese e argumento.
            Para ele “a leitura do texto-pretexto”, é quando o texto estudado serve de pretexto para a produção de outros textos, como citou em seus exemplos: a dramatização de narrativas, transformação de poemas em coro falado e a ilustração de histórias são pretextos que definem a interlocução entre o leitor, texto e autor.       
            A última postura do leitor diante do texto é a “leitura-fruição de texto”, que é o ler por ler, sem interesse pelo controle de resultado. O autor enfatiza que as escolas excluem o ato de ler por prazer, pois muitas vezes os professores vinculam o “ler” a uma ficha de leitura, realização de uma avaliação com objetivo de interpretação.
Geraldi afirma que se deve devolver a escola o que se exclui dela – o prazer. No entanto é necessário que o leitor resgate os princípios básicos de leitura: seu percurso como leitor, a escolha do livro que irá ler e a quantidade de livros lidos. Essa quantidade pode transformar-se em qualidade e o aprofundamento do leitor em seu livro dependerá dos conhecimentos anteriores.
Este tópico organizado por Geraldi, é de fácil entendimento e vocabulário acessível. É um convite à reflexão sobre as práticas de leitura em sala de aula, os textos abordam questões do cotidiano escolar referente à leitura e os vícios impostos pelas instituições escolares.
As questões discutidas proporcionam uma reflexão para uma nova visão e redimensionamento das atividades de sala de aula. Para o leitor que já tem uma trajetória profissional, as sugestões são embasadas teoricamente de forma clara e simples. A leitura ocorre através de uma fluência natural, como se estivesse no meio de um diálogo.
As idéias têm uma abordagem atual servindo de suporte teórico e prático para os profissionais da área de Língua Portuguesa, sendo uma leitura essencial para professores e estudiosos que estão em constante crescimento  na construção de seus saberes.

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REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
GERALDI, João Wanderley. et al. (orgs.). O texto na sala de aula. 2. ed. São Paulo: Ática, 1999

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